quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Livrarias em Corrientes

O dia hoje começou com um telefonema do Horácio. Para quem não conhece o Horácio é um argentino que conheci o ano passado na ilha Deception e que vai este ano novamente para a base argentina, fazendo por isso parte da equipa com quem viajo e trabalho.

O Horácio telefonou para confirmar que vamos sair amanhã, em princípio pela hora de almoço, e que portanto enviará um Remis (taxi privado) para nos ir buscar ao Instituto e nos levar à base militar de Palomar. Daí voaremos até Rio Gallegos, já no sul da Argentina, e dai para a ilha de Rey Jorge, na Antárctida. Em Rey aguardanos um barco que nos levará até Deception onde passaremos as próximas 5 a 6 semanas. O problema é que ainda não sabemos se o barco fará a viagem directa a Deception ou se passaremos por outras bases argentinas por questões logísticas.

Depois desta conversa com o Horácio foi altura de termos uma reunião importante. Fomos à Universidad de Ciencias Exactas y Naturales para nos encontramos com o Alberto Caselli. O Alberto é um vulcanólogo que também conheci o ano passado em Deception mas que este ano não viajará porque vai fazer investigação para um vulcão aqui próximo. A sensação de rever o Alberto foi indescritível. É a sensação de rever alguém com quem temos uma ligação quase familiar e que não vemos à muito tempo. Ainda não vi o Horácio mas creio que quando o vir ainda vai ser mais emocionante. O ano passado em Deception passei muitos dias a trabalhar no campo com o Horácio e a Raquel e por isso no final da campanha tinhamos criado uma relação muito forte.

Depois de uma longa manhã de conversa com o Alberto, ligou novamente o Horácio a dizer que a partida para a Antárctida tinha sido adiada, não sei bem ao certo porquê, mas afinal só vamos sair Sábado dia 10, por volta das 18h00 e por isso teremos de estar em Palomar às 16h00.
Depois deste encontro com o Alberto foi altura de ir para o Microcentro, à empresa que vende cartões telefónicos de satélite. Este ano teremos um telefone Iridium para 4 pessoas, em que cada um terá um cartão de 60 minutos, o que dará mais ou menos 12 minutos por semana para telefonar para casa. A experiência diz-me que à partida é suficiente e ao preço destes cartões espero bem que seja. Para além disso tentarei ter email na base espanhola, mas desse assunto só tratarei quando chegar a Deception.
Depois de comprarmos os cartões foi altura de irmos almoçar e de começar a procurar o cabo que falta para a geofisica. Depois de algumas voltas e de visitarmos algumas lojas lá encontramos o cabo que precisamos para mais tarde adaptarmos ao equipamento na base.
Depois desta manhã a resolver assuntos pendentes para a campanha foi altura de percorrermos a Av. Corrientes. Esta é a Broadway de Buenos Aires. Para além de muitos Teatros e Óperas esta é também a rua das livrarias. E foi nessas livrarias (todas as que vimos) que entramos e acabamos por comprar alguns livros. Só não comprámos mais porque ainda temos uma viagem para a Antárctida e não podemos ir com muito peso, porque aqui dá vontade de comprar tudo. A cultura é levada muito a sério e os preços médios dos livros novos variam entre 4€ e 10€, encontrando-se em geral coisas mais baratas e pontualmente mais caras. Para além deste mercado de livros novos, muitas livrarias fazem retoma de livros e revistas usadas em bom estado que depois vendem por preços verdadeiramente baratos.
O dia terminou depois de uma grande caminhada e de quase não sentir os pés com um jantar num restaurante com um nome muito catita: O Mala Cara!!

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