segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

De volta a casa

Depois de 9h a dormir muito bem, no chão do escritório, lá acordei e decidi ir para a sala principal. Quando lá cheguei estavam os 3 investigadores que vão para Primavera, mas os meus 3 colegas de equipa ainda estavam a dormir. Passados 10 minutos de estar na sala veio o ajudante do comandante perguntar se já tinha tomado pequeno-almoço. Disse-lhe que não pelo que o acompanhei até à sala de oficiais onde o tomei com o comandante e com o médico. Ao que parece como ontem trabalharam até tarde com a descarga do material a Esperança e as transferências com o Beagle, hoje foi dada, a quase toda a tripulação, a possibilidade de descansarem de manhã.

Depois de mais de um dia de viagem, entramos no Castillo ontem às 11h00, estamos finalmente a chegar a Deception. Quando saio para a área aberta do barco o vento está gelado, mas felizmente o sol vai tentando romper a espessa camada de nuvens e lá nos vai aquecendo. Ao longe já se vêm as Fuelles de Neptuno, a entrada estreita e pouco profunda que separa o Oceano Glaciar Antárctico, em mar aberto, de Porto Foster, a baía existente dentro da ilha Deception.

Quando olhamos para o nosso lado esquerdo é possível ver ao longe a Base Espanhola Gabriel de Castilla, onde estive o ano passado, e é nesse momento que reparamos que a base já está a crescer. Tem mais um módulo junto ao módulo principal de vida e também uma série de outros módulos individuais. Um pouco depois começamos a ver, ao fundo, a Base Argentina Decepción e entre confirmarmos se todo o nosso equipamento está pronto e nos prepararmos… estão já a colocar a Zoddiac no mar. Nós descemos de seguida e na praia da Base Argentina para além do chefe de base (Ariel) esperam-nos 2 militares argentinos. Depois dos cumprimentos e formalidades dirigimo-nos à casa principal. Pelo caminho vamos percebendo o que mudou do ano passado e quais foram as consequências do Inverno. Para além das alterações normais este ano os ventos de Inverno foram muito agrestes e numa das casas de guardar material, grande parte do tecto foi levantado bem como uma grande parte de uma das laterais da casa.


Quando entro de novo na base argentina sou incapaz de não esboçar um sorriso de orelha a orelha. A base Argentina para além de ser muito grande (em tempos já foi base permanente) é também muito cómoda com soalho e paredes de madeira e muito aquecida. É como a sensação de chegar a casa de uma avó onde não vamos há muito tempo. De seguida somos apresentados a toda a dotação da base e tomamos um café quente. É altura de nos acomodarmos. A grande novidade este ano é que tenho um quarto só para mim, o que felizmente fará com que tenha alguma privacidade. Jantamos todos juntos, do ano passado não há nenhum militar, assim que o Horácio é o mais antigo da base. Já se faz tarde, mas continua lusco-fusco, contudo é meia-noite e meia, hora de tomar um banho quente e de ir dormir.

Finalmente regresso a casa!

Sem comentários:

Enviar um comentário