terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Finalmente fresco!

Antes de mais dois grandes beijinhos de PARABÉNS: Um ao Santiago que fez ontem 2 aninhos e outro ao meu Tio Carlos que faz hoje anos.

O dia hoje, como sempre, começou cedo pois a partir das 8h30 o calor começa a fazer-se sentir no quarto e mesmo que queiramos ficar a dormir mais um pouco é impossível! Sem dúvida esta foi a melhor noite desde que chegamos a Buenos Aires. Durante o dia de ontem o calor foi excessivo mas à noite começou a diminuir e logo que, após o jantar, chegamos ao Instituto começou a trovejar e a cair uma daquelas chuvas tropicais. Para além disso a necessidade de manter a janela do quarto aberta durante a noite anterior fez com que fosse visitada pelas minhas amigas melgas e mosquitos, que nem o repelente em exagero conseguiu afastar. Assim, hoje foi a vingança, janela aberta para entrar o ar fresco da chuva e finalmente a primeira noite sem melgas e mosquitos.

Começamos o dia nos cafés Havanna que são especialistas a produzir Alfajotes (Doce tradicional argentino) e onde cada um de nós, depois de tomado o pequeno-almoço, continuou de volta das suas coisas, ou para deixar assuntos tratados ou para preparar material para a campanha. Como quando saímos do Havanna já era quase hora de almoço, fomos passeando a ver se víamos algum sítio que nos agradasse e por acaso passámos à porta do Café Tortoni. Este café é um dos mais conhecidos e tradicionais cafés de BA. Decidimos entrar e almoçar. O café é realmente espectacular pois parece que acabamos de recuar um século, com tectos em vitral, grandes candeeiros e um espectacular cenário envolvente.

Logo que nos sentamos no Tortoni recebi uma chamada de Portugal dos colegas de geofísica a dizer que na confusão e stress de enviar o material em Outubro repararam agora que faltou enviar um cabo do equipamento que havíamos enviado em Outubro para a Antárctida e que iam tentar enviá-lo a BA. Infelizmente o tempo que vamos estar em BA não é suficiente para que o cabo chegue. Assim, decidi telefonar ao Gonçalo (que está em Punta Arenas com o Alexandre e o António) a saber qual a possibilidade de enviar esse cabo ao responsável da logística espanhola em Ushuaia para que ele o junte às nossas caixas. Depois de alguns mail’s o cabo lá seguirá para Ushuaia.

Este ano a logística não tem sido fácil e têm existido alguns percalços. Depois do stress de enviar dezenas de caixas de equipamento em finais de Outubro para Espanha, no dia 1 de Janeiro fomos informados que as nossas caixas de material que deviam ser embarcadas em Ushuaia, no Las Palmas, no dia 2 de Janeiro, se encontravam ainda a bordo do cargueiro que as transportava de Espanha. Ao que parece o cargueiro teve um qualquer problema que fez com que tivesse de parar uns dias em Montevideu o que comprometeu a sua chegada a Ushuaia na data prevista. As consequências desta situação é que tanto eu e o Mário, como os outros 3 (Gonçalo, Alexandre e António) vamos chegar a Deception e a Livingston, respectivamente, e não vamos ter as caixas com o nosso material de trabalho e algum equipamento pessoal. Assim, foi necessário criar planos de trabalho alternativos para que possamos ter o que fazer até que chegue o nosso material.

A juntar a este percalço com as caixas temos agora mais este com o cabo do equipamento de geofísica que felizmente parece que há tempo para que chegue a Ushuaia a tempo de ser colocado nas nossas caixas que como referi estão atrasadas.

Para além disso a viagem do Gonçalo, do Alexandre e do António não começou a correr nada bem. Logo em Madrid o voo para Santiago do Chile foi cancelado e tiveram de voar para Paris, para daí apanharem um voo para Santiago. Com todas estas modificações acabaram por chegar a Punta Arenas com 24h de atraso e pior de tudo é que o Gonçalo ficou sem mala. Perder uma mala é mau em qualquer viagem, mas quando se vai para a Antárctida, onde não se pode comprar nada e onde faz um frio de rachar é muito pior. Na companhia aérea dizem que a mala chega amanhã ao final do dia mas segundo sabem está em Madrid e como eles voam dia 8 logo de manhã para a Antárctida, não é possível arriscar. Tem de ir comprar pelo menos o essencial para viver na Antárctida durante um mês.

Bom após esta exposição de todos os percalços logísticos de viajar para a Antárctida e um excelente almoço no Tortoni é altura de ir comprar duas baterias, que em Portugal não conseguimos comprar antes de enviarmos as caixas em Outubro e por tanto optámos por comprá-las cá para que viagem directamente connosco para a Antárctida. Mas são duas baterias quaisquer, pois cada uma pesa 39 kg e não foi fácil carregá-las desde a porta do táxi até à entrada do Instituto!

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