quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Despedida do Gonçalo

Depois do dia de ontem em que estivemos cerca de 9h00 no campo, hoje de manhã tanto eu, como o Mário, o Horácio e o Ernesto estávamos simplesmente mortos de cansaço. Para além do acumular de trabalho de duas semanas sem descanso, o corpo ressentia-se do esforço de ontem e os músculos das costas acabam por fazer as suas queixas.

O Gonçalo ao que parece afinal sai hoje de Deception de volta a Livingsto, no Las Palmas. Inicialmente estava para sair só no dia 30 ou 31, mas nestes últimos três dias já esteve para sair a 27 e a 28 e por final acabará por sair hoje. Assim, enquanto ele de manhã aproveita para arrumar as suas coisas, eu e o Mário pomos o e-mail em dia para o irmos enviar à base espanhola e o Ernesto e o Horácio aproveitam para descansar e para ajudar aqui por casa.

Por volta das 11h30 eu e o Mário fomos à base espanhola, para verificar com o Gonçalo a configuração dos sensores de temperatura do solo e do ar, que instalaremos nos próximos dias ao longo do rio Mecón, na base argentina e também no Irizar. Para além disso aproveitamos para por as comunicações em dia e para ver se recebemos respostas de Portugal relativamente à questão da geofísica. Por volta das 13h00 voltamos à base argentina para almoçar uma vez que, depois de almoço, regressaremos à base espanhola para ir buscar a caixa com material de trabalho que o Gonçalo nos deixa.

Assim, depois de almoço, por volta das 16h00, vamos para a base espanhola para ir buscar a caixa de material do projecto e para nos despedirmos do Gonçalo. Entretanto sente-se um grande reboliço na base espanhola. Dois dos militares e um dos investigadores vão de passeio no Las Palmas nos próximos 5 dias. O Las Palmas sai hoje de Deception, vai a Livingston e a Byers deixar investigadores e depois segue para o continente para ir buscar outros investigadores. Como existem 3 camas livres o comandante do Las Palmas convida quem quiser, dos militares e dos investigadores, a irem nesta pequena viagem ao continente. Entre os investigadores só um tem disponibilidade, uma vez que, como o seu trabalho depende da maré mais baixa, só terá trabalho dia 8 de Fevereiro. Entre os militares o Fernando (chefe da base espanhola) decide sortear 2 lugares. Por sorte irão de passeio o Hector e o Pedro, que neste momento andam numa verdadeira euforia. Despedem-se de todos como se não fossem voltar, e apesar de lhes dizermos que nos vemos em 5 dias despedem-se, com fortes beijos e abraços, de todos os investigadores e militares que ficam na base. A suas caras de felicidade são visíveis e todos estamos muito contentes por os ver tão contentes.


Neste momento de despedida só tenho a dizer que foi um enorme prazer poder, finalmente, trabalhar com o Gonçalo, in loco na Antárctida, e poder compartir estes momentos que ambos já vivemos separadamente e que nos fazem tentar levar, sempre avante, este sonho de tornar cada vez melhor e maior a investigação antárctica portuguesa. Ao Gonçalo, por estes momentos de aprendizagem e amizade, compartidos nestes dias, o meu mais sincero obrigado. Vemo-nos, de volta, dentro de um mês em Lisboa.


Ao Hector e ao Pedro, que tenham um mar excelente para que possam aproveitar ao máximo este momento de descontracção, com que a sorte os brindou, e que possam ver muitos iceberg, focas e baleias, e que tirem muitas fotos para depois nos mostrarem. Acima de tudo que se divirtam!

Sem comentários:

Enviar um comentário