quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Puerto Natales e Cova del Milodon

Ontem decidimos que eu, o Mário, o Miguel Angél, o António e a Rosa viajaríamos por 2 a 3 dias a Puerto Natales e daí a Torres del Paine. Infelizmente hoje de manhã o Mário decidiu que ficava por Punta Arenas uma vez que já conhecia as Torres e por isso iria aproveitar para conhecer outras coisas perto de Punta Arenas. Em contrapartida a Imna decidiu ir connosco de manhã para fazer um passeio em Puerto Natales e voltar ao final do dia, uma vez que também já conhece as Torres e por isso aproveitará a estadia em Punta Arenas para visitar outros locais.

Assim, e depois de continuarmos a cumprir o ritual de acordar com as galinhas, às 8h30 apanhámos o autocarro que nos levará até Puerto Natales. São 3 horas de viagem e para quem me conhece sabe que em qualquer viagem e em qualquer meio de transporte tenho a capacidade de adormecer em segundos. E hoje esta capacidade foi exponenciada pelo facto de ter acordado à 6h45. Depois de alguns minutos no autocarro e de ainda estarmos a sair de Punta Arenas já eu estava a dormir. Fui-me despertando ao longo da viagem mas só acordei definitivamente quando estávamos quase a chegar a Puerto Natales.

Decidimos ir para Puerto Natales sem nada marcado ou reservado. E por isso ao chegar demos prioridade a arranjar viagem para as Torres del Paine. Como as Torres se situam a 2 horas de distância de Puerto Natales o nosso objectivo seria ir num dia e voltar no dia seguinte ou no posterior e dormir uma ou duas noites no Parque. O que queríamos era passear pelos caminhos do parque de modo a aproveitar o máximo da natureza. Infelizmente quando começámos a procurar a única oferta que nos davam era uma excursão de um dia (full day) de ida e volta às Torres. Numa das agências dissemos o que tínhamos em mente e esta dirigiu-nos a outra agência que se chama RUTAS. Foi o melhor que nos podia ter acontecido. Aqui e numas 2 horas solucionámos todos os nossos problemas! Inicialmente explicámos o que queríamos e o que eles nos podiam oferecer era uma viagem pela ruta W do parque, mas na qual teríamos de acampar. Infelizmente não temos tendas nem sacos cama e por isso esta não seria uma solução viável. Mais uma vez e à semelhança das agencias anteriores falaram-nos do full day. Foi neste momento e olhando para um mapa do parque em que nos explicavam o trajecto que a Rosa teve uma ideia luminosa.

O primeiro caminho que nos indicavam dava para fazer num dia e saia-se do Albergue das Torres onde se regressaria à noite. Este Albergue fica a 20 minutos de transfer da entrada do Parque onde passa a excursão do full day. Então o que a Rosa sugeriu foi que saíssemos amanhã de manhã (7h30), ficássemos alojados no Albergue das Torres e fizéssemos o caminho de dia inteiro com saída e regresso ao Albergue. Dormíamos no Albergue e no dia seguinte em vez de iniciarmos o full day em Puerto Natales encontrávamo-nos com eles na entrada do Parque. PERFEITO! Na agência foram impecáveis, arranjaram-nos Hostel para a noite de hoje no Hostal El Rincón, marcaram-nos camioneta para amanhã de manhã a sair de Puerto Natales às 7h30 e a chegar às Torres às 10h30. Daí temos de apanhar um tranfer por nossa conta até ao Albergue Norte das Torres. Marcaram-nos 4 camas no Albergue. Marcaram-nos o full day para depois de amanhã com ponto de encontro na entrada do Parque e ainda nos reservaram o Hostal Isla Morena para dia 21 quando regressarmos a Puerto Natales termos onde dormir. Enfim o Daniel da agência RUTAS foi incansável e impecável!

Viemos depois a saber pelo Daniel que a única coisa que perderíamos em não sair com o full day de Puerto Natales era não vermos a Cova do Milodon. Mas isto não era um problema uma vez que a cova está a cerca de 30 minutos de táxi desde Puerto Natales e por isso hoje, à tarde, e aproveitando a companhia da Imna, vamos visitar a cova.

Assim, depois de uma pizza rápida, enfiámo-nos os 5 dentro de um táxi a caminho da cova de Milodon. O Milodon é um animal já extinto e a cova, escavada em conglomerados, foi local de coabitação entre animais e humanos, há milhares de anos atrás. A cova é um local enorme, localizado no Parque Natural e Etnográfico, sendo considerado monumento natural. Como não poderia deixar de ser no final da visita tivemos de tirar uma foto de família com o já extinto Milodon. Falta-nos a Rosa na foto que como sempre pôs o seu motor turbo de pernas a trabalhar e já ia muito mais à frente.


Depois do passeio à cova e de um lanche no café Allambra foi altura de mais uma despedida Antárctica. Desta vez, da Imna, que seguirá hoje para Punta Arenas. Estamos a ficar cada vez menos e a Antárctida vai ficando para trás, apesar de recordarmos os que ficaram todos os dias.

Para além disso estamos em contacto com eles e pelo que sabemos nos dias que setivemos em Rei Jorge passou um temporal em Deception e em Livingston com ventos de mais de 160 km/h. Parece que voaram uma série de coisas, como a antena de rádio, umas caixas enormes de arrumação, a bomba de água que caiu dentro do Crater Zapatilla, uma moto 4 em Juan Carlos. Para além disso o Las Palmas esteve fora da baía de Deception por não conseguir entrar. A Baía estava cheia de barcos que aproveitaram para se resguaradar do temporal. O barco com um jornalista partiu o mastro e necessitou de tempo para reparar tudo dentro da baia. Um barco deu alerta de socorro e o Hespérides foi em seu auxílio. Enfim um verdadeiro caos, mas o que mais nos preocupava é que todos estivessem bem, como por fim nos confirmaram hoje.

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