sábado, 21 de fevereiro de 2009

Full day em Torres del Paine

Hoje acordámos mortos. Eu quase não me consigo mexer, tenho as pernas que não posso… Qualquer que seja o músculo que mexo dói-me horrores, para já não falar da figura triste que faço a descer escadas.

Depois de um valente pequeno-almoço foi altura de apanharmos um transfer desde o Albergue até à entrada do Parque onde às 10h45 passará o full day para nos apanhar. O dia está simplesmente espectacular e ao contrário de ontem que o topo das Torres estava ligeiramente encoberto, hoje o dia está totalmente limpo e vêm-se os 3 topos. Outra novidade é que com o calor que faz ando praticamente de t-shirt.


Acabámos por perder o transfer oficial, mas com uma grande sorte mandamos parar uma camioneta de uma excursão que por sinal era de uns italianos que ontem encontrámos no Refugio Chileno e que nos dizem para entrarmos. Entre alguns lugares sentados e outros nas escadas lá chegámos à entrada do Parque.

Depois de 2h de espera e de perguntarmos a todas as camionetas que iam passando se eram de CarFram (o nosso tour de full day!) lá apareceu o nosso motorista com um tour para 7 pessoas. Quatro éramos nós (eu, António, Rosa e Miguel), 2 israelitas e uma espanhola. Hoje sabe mesmo bem este tipo de passeio. É daqueles de muitos quilómetros, muitas paragens, muitas fotos mas o mais importante pouca caminhadas. Entretanto durante as duas horas de espera tivemos ainda tempo de ver um guanaco, primo das llamas e das alpacas e todos pertencendo à família dos camelos.

Assim, iniciamos a nossa visita de várias paragens, com um vento impressionante. Se ontem não havia sol, nem vento e quase não havia chuva, hoje há sol e também muito vento. A previsão que nos deram ma Laguna Amarga (entrada do parque) era que se esperavam ventos de 70 km/h, mas com rajadas pontuais que podiam chegar aos 100 km/h.

Pelo caminho os guanacos passam a ser uma vulgaridade e depois de algumas fotos mais entusiasmadas, deixamos de lhes passar cartão.


A próxima paragem é junto ao Salto Grande, uma cascata de água não muito grande mas em que o rio que lhe dá origem flui com uma velocidade impressionante. O guia quando saímos do autocarro avisa-nos novamente quanto ao vento. As rajadas aqui são bem mais fortes do que as que já sentimos na paragem anterior quando fotografámos os guanacos e por isso diz-nos que em caso de sentirmos uma muito forte nos devemos sentar no chão. Pensei que estava a brincar. Ora bolas se soubesse que vimos da Antárctida não diria tal coisa, se há coisa a que nos habituamos nas terras austrais é ao vento quase constante e forte. Mas o senhor lá tinha a sua razão. Este é também o local onde podemos ver a formação de Los Cuernos. E é quando estamos nos deslocamos para tirar uma foto, aos Cuernos que vem uma rajada tão forte que faz com que as pedras mais finas voem, e aí vê-se quase toda a gente a sentar-se no chão. Que rizada que demos todos! Mas não desistimos, há que tirar a foto com os Cuernos por trás.

A paragem seguinte foi no Lago Pehoe, onde existe uma estalegem numa das ilhas e onde ao fundo se podem ver novamente Los Cuernos. Que paisagem espectacular!

A última paragem foi na praia do Glaciar Grey. Segundo nos disse o guia o glaciar tem diminuído muitíssimo nos últimos 20 anos, e por isso a quantidade de icebergs que vemos hoje na praia é muito menor do que a existia em anos passados. De qualquer forma aproveitamos esta paragem para esticar as pernas e para caminhar durante umas horas. Apesar de não serem muito estes icebergs tem aquela coloração azul tão bonita e tão característica.


Depois desta última paragem seguimos viagem até Puerto Natales onde dormiremos no Hostal Isla Morena que é espectacular e super acolhedor e que acima de tudo tem uma biblioteca encantadora onde o Miguel Angel descobriu um poema do Pablo Neruda sobre a Antárctida chamado Piedras Antárcticas. Acabamos a noite a jantar comida tipicamente chilena no restaurante a Casa de Pepe. Desde que cheguei de Deception praticamente só tenho comido peixe, marisco e saladas. Tenho tirado a barriga de miséria de mais de um mês a comer quase só carne!

1 comentário:

  1. Eu fiz o full day a partir de El Calafate. Gostaria de ter ficado mais tempo, mas valeu a pena de qualquer forma. Deixo o link com meu relato e preços atualizados. Bjus http://umasulamericana.wordpress.com/2014/08/06/full-day-torres-del-paine/

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