sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Chegada do Canal Beagle

Hoje pela manhã fiquei pelo laboratório a por os mail’s da geofísica em dia e a tentar fazer um ponto da situação sobre todos os testes que já fizemos para colocar o equipamento de monitorização da geofísica a funcionar e sobre o que nos resta fazer, para que nos possam dizer que decisão tomar em definitivo com o equipamento. Neste momento falta-nos praticamente uma semana para acabar a campanha em Deception e esta decisão tem que ser tomada urgentemente.

Enquanto eu fiquei pelo laboratório o Horácio, o Mário e o Ernesto foram até ao collado Irizar para começarem a fazer a geofísica com o equipamento antigo.

Depois de almoço, o Horácio, o Ernesto e o Brujo voltaram para o collado Irizar para continuarem com a geofísica e eu e o Mário fomos ao Crater Lake para colocarmos o equipamento de monitorização da geofísica a monitorizar durante 2 dias a ver os resultados que obtemos. Ao final do dia quando estávamos a sair da base espanhola tínhamos uma visita simpática à nossa espera na praia.


Hoje aqui na base os muchachos tiveram um dia cheio de trabalho. Passaram todo o dia a transferir para o heliporto diversas caixas e latas de 200 L de lixo, de combustível, caixas vazias e material que já não se usa e que será enviado de volta para a Argentina. Amanhã por volta das 7h00 da manhã chegará o barco argentino Canal de Beagle, e para ele serão transferidas todas estas coisas que hoje foram deixadas no heliporto. À hora de jantar os muchachos estavam simplesmente estafados. Mas de repente o Victor apareceu no comedor a dizer que o Canal de Beagle estava a entrar na ilha, na Baía de Porto Foster, e que já tinha passado as Fuelles de Neptuno. Ninguém queria acreditar. Todos pensavam que ele estava a gozar, mas exactamente nesse momento ouve-se na rádio o Canal de Beagle a chamar o Ariel e a dizer que já tinham desembarcado uma Zodiac que estaria a chegar à praia dentro de 15 minutos. Alvoroço total! O Beagle teve um Drake excelente, com mar de azeite (como se diz por aqui!), e por isso chegou com umas boas horas de avanço. Como tem de dar apoio logístico a outras base a transferência do material não será feita amanhã de manhã mas começará dentro de uma hora.

Enquanto eles começam a correr de um lado para o outro eu ajudo o Javier na cozinha a lavar a loiça, a arrumar tudo do jantar e começar a preparar a mesa com café e outras coisas mais, pois ao que parece a noite vai ser longa. E quem desce de um barco frio normalmente o que apetece a chegar a terra é um café e um chá para aquecer. A coisa foi tão rápida que ainda nem tínhamos acabado de lavar a loiça e já tínhamos marinheiros a entrar pela sala adentro.

A manobra começou de imediato e cerca de uma hora depois estavam a chegar à praia o que eles chamam os BAR (Barcos Anfíbios com Ruedas). É impressionante o seu tamanho. Eu só os tinha visto em filmes, mas estes barcos blindados de guerra, que estiveram na guerra das Malvinas, entre a Argentina e a Inglaterra, são qualquer coisa de espectacular.


Passada mais uma hora chegou outro barco que, em cenários de guerra, normalmente baixa a sua rampa traseira e descarrega os militares na praia, e nele se começaram a carregar as coisas mais leves que, devido ao seu peso, não necessitam ser transportadas por guindastes.


Enfim, as manobras estavam para durar e, às 3h00 da manhã decidi ir-me deitar, enquanto, ao que parece, eles continuariam pela noite dentro, não se sabe bem se até de manhã ou não.

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