sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Finalização do trabalho de campo

Logo pela manhã eu, o Mário e o Ernesto fomos ao Irizar para medir a espessura da camada activa no sítio CALM-S. Ao contrário do sítio CALM que temos no Crater Lake onde é muito simples medir a espessura da camada activa, aqui no Irizar, uma vez que o solo é menos homogéneo esta medição torna-se muito morosa. Desta forma, decidimos levar duas cruzes e assim tentar encurtar o tempo de trabalho. Apesar de inicialmente pensarmos que íamos levar o dia todo, felizmente ao fim de 3 horas de trabalho a espessura da camada activa no sitio CALM estava concluída.



Como nos faltam 3 dias para sairmos decidimos que este seria o nosso último trabalho. Assim, temos a tarde livre de hoje e o dia de Sábado e Domingo, para empacotar tudo, trocar fotos e musicas com o pessoal da base e o mais importante tempo para desfrutar destes últimos momentos na Antárctida e na Base Argentina.

Infelizmente, depois de almoço e exactamente quando estávamos a levantar a mesa, o Ariel pediu-me a mim, ao Mário, ao Horácio e ao Ernesto para que tomássemos atenção porque tinha uma coisa para nos dizer. Nesse momento o meu coração quase parou com a ideia de que a saída fosse antecipada para sábado. Felizmente a notícia não era boa, mas também não era tão má. O Las Palmas chegará amanhã pela noite e dia 15 (Domingo) pela manhã (às 10h00) temos de estar com tudo pronto na base espanhola para embarcarmos. Já estava preparada para sair a 15 ou 16 mas à medida que a partida se aproxima, só quero que os dias passem cada vez mais devagar e que, se possível, a saída seja adiada sucessivamente! Sei que vou ter muitas saudades destes muchachos e de tudo o que vivemos aqui.

Depois de almoço eu e o César decidimos ir acabar de preparar os merengues, que felizmente, de manhã, estavam secos e estaladiços mas um bocado para o acastanhado. Agora tínhamos de fazer pares de merengues e no meio colocar Dulce de leche. Como sobrava um pouco de chantilly da sobremesa do almoço, decidimos dar um toque mais requintado a alguns deles. O aspecto não era mau e posso dizer que estavam deliciosos.



Durante a tarde estivemos a acabar de empacotar todo o material de trabalho e comecei a arrumar a roupa que não vou precisar e que seguirá no Las Palmas para Cartagena no final da campanha. Para além disso aproveitei para começar a arrumar a minha mala pessoal. Nela, este ano, para além da roupa, levo mate e ingredientes para fazer polenta e ñoquis que seguramente me recordarão os bons momentos vividos na base.

Hoje fui jantar à base espanhola pois a Ana tinha-me prometido que ia fazer raia, que para além de ser peixe é um dos peixes que mais gosto. Infelizmente ao contrário do que a Ana pensava já não havia raia e por isso fizeram bacalhau. Como para qualquer bom português, apreciador de bacalhau, este foi sem duvida um jantar maravilhoso. Aproveitei ainda este jantar para agradecer a toda a dotação da base espanhola, o apoio quer logístico em termos de trabalho, quer em termos pessoais durante a fase em que a minha mãe esteve doente. Para além disso não posso deixar de lhes agradecer simplesmente o facto de estarem aqui, de tornarem tudo isto tão especial e de estarem sempre prontos e preparados para nos ajudar em tudo o que necessitamos. Depois de jantar, e porque este ano ainda não tinha tido quase oportunidade, fiquei a beber um copo com o Jesus e o Juan, que compartiram comigo a campanha passada, e a pormos as conversas e recordações em dia. São estes pequenos momentos e estas pequenas coisas, que se tornam tão grandes e tão especiais na Antárctica e que fazem com que este seja um dos melhores sítios do mundo.

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