segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Depois da tempestade a bonança

Depois do longo convívio de ontem a manhã hoje era livre, para os militares, em troca de 3 jantares de peixe, que ontem negociámos com o Ariel. Nós tínhamos combinado com o Miguel Ramos e com o Miguel Angél ir ajudar a baixar do Crater Lake todo o equipamento da perfuração russa. Assim, e como é costume durante a semana, levantámo-nos às 8h00 para tomarmos pequeno-almoço e pormo-nos a caminho da base espanhola. A surpresa foi quando olhámos pela janela verificar que ainda havia neve de ontem e que a paisagem estava espectacular.


Ao contrário do inicialmente esperado, a perfuração russa não chegou aos 15 m previstos uma vez que ao fim de 3 ou 4 m o solo deixava de estar congelado e por isso, como o material é pouco coeso, o furo começava a colapsar. Assim, em vez de uma perfuração com 15 m optou-se por fazer 3 perfurações que variaram, em profundidade, entre 4 e 6 m de profundidade.

Quando chegámos à base espanhola percebemos que estavam a baixar o material com as moto4 e um carro, e desta forma optámos por nos dividir. O Ernesto foi ajudar os russos com o material, o Mário ficou a enviar e responder a e-mail’s e eu e o Horácio fomos terminar de mudar a corda no 6º suporte dos sensor de temperatura do ar e aproveitámos para terminar de colocar os sensores de temperatura do ar nos respectivos suportes.


A ilha continua espectacular e cheia de neve em quase todos os locais. Por isso no trajecto entre a base espanhola e a base argentina não resisti a tirar esta fotografia.


Depois do almoço na base argentina e com a ajuda do Martim, do César, do Victor e do Miguel subimos ao sitio CALM-S do Irizar para começar a instalar o suporte do sensor de temperatura do ar e as 2 perfurações de 80 cm, onde colocaremos sensores de temperatura a diferentes profundidades. Os muchachos para além da preciosa ajuda a carregar o material até ao sitio CALM-S, e como afinal a manhã livre se estendeu a dia livre, ficaram a ajudar-nos lá em cima a fazer os buracos para colocar todo o equipamento. A sua ajuda foi sem dúvida preciosa uma vez que desta forma conseguimos encurtar 1 dia e meio de trabalho para meio-dia de trabalho.


Hoje antes de jantar, e a pedido do Ariel, o Miguel Ramos, eu e o Mário falaremos um pouco, para todos aqui na base, sobre o projecto de investigação que nos trás à Antárctica. Que tipo de trabalho fazemos e que resultados temos obtido nos últimos anos. Depois de uma explicação do Miguel, de termos passado o filme, que produzimos sobre o nosso trabalho no âmbito do projecto de divulgação LATITUDE60! e, que eu traduzi para espanhol, e da explicação do Mário sobre o seu equipamento, foi altura das perguntas. E apesar de no início não estarem a fazer muitas depois de o Ariel começar, todos foram fazendo algumas.

Apesar de a minha mãe já ter saído do hospital à 6 dias sempre que vou à base espanhola há sempre alguém que me pergunta como ela está e como está a passar com o tratamento da tuberculose. Estes chicos têm sido incansáveis. Para além disso o Jesus, o Juan e o Jesus (Pinguinólogo) já se disponibilizaram a ceder-me os seus minutos de telefone caso necessite de telefonar para casa. Para além disso no Sábado o Fernando (chefe de base espanhol) também me veio perguntar pela minha mãe e dizer-me que se necessitar telefonar a base está à minha inteira disposição. A todos os da base espanhola com quem tenho partilhado estes momentos o mais sincero obrigado pelo apoio, incentivo e carinho demonstrado.

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