segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Chegada à ilha de Rei Jorge

Ontem estivemos acordados, com muito esforço, até às 3h30 da manhã. Uma das primeiras coisas que fiz quando cheguei ao Las Palmas foi pedir ao Geraldo que, já que íamos a Livingston, me deixa-se descer na primeira Zodiac e subir na última. Seria o único momento em que poderia rever os meus amigos Chris, Iñaki e Manu com quem partilhei em Juan Carlos I a campanha antárctica do ano passado. Infelizmente vamos chegar a Juan Carlos às 6h00 da manhã e os barqueios serão feitos rapidamente uma vez que se aproxima mau tempo. Hoje às 6h00 dei por pararmos em Juan Carlos I mas estava com tanto sono que continuei a dormir. Penso que estivemos 2h fundeados, mas mesmo assim continuei a dormir até às 13h30.

Quando acordei estávamos quase a chegar a Rei Jorge, e 1h00 depois estávamos fundeados na baia em frente à base chilena de Presidente Frei e à base russa de Bellingshausen. Durante a noite dei-me conta que o Las Palmas se moveu um pouco, mas como tinha tomado os meus comprimidos milagrosos para o enjoo continuei a dormir profundamente. Esta noite deu para recordar o quanto é dura a chegada à Antárctida quando se chega de barco e o quão bom é ter a oportunidade de este ano poder atravessar o Drake as duas vezes de avião.


Hoje estou exactamente no sítio onde comecei no início da campanha, na praia da base chilena de Presidente Eduardo Frei. Depois de algumas horas de espera distribuíram-nos por dois lugares para dormir. Todos os de Deception, alguns de Juan Carlos e outros de Byers ficamos a dormir no hotel que existe junto à pista de aterragem. Os restantes de Byers e os chilenos que estavam em Juan Carlos I a trabalhar na remodelação da base ficaram a dormir no Instituto Antárctico Chileno Base Prof. Júlio Escudero.

Depois de devidamente instalados decidimos que estava na hora de esticar as pernas e de ir dar um passeio. O jantar será às 18h30 e por isso decidimos até lá ir ver as Base Chilena Presidente Eduardo Frei e a Base Russa de Bellingshausen.


O mais engraçado é que nesta ilha existem muitas bases e nesta Península onde estamos agora existem 3 Bases Chilenas, 2 geridas pela Força Aérea Chilena e uma de investigação, 1 base Russa, 1 base Chinesa e uma base Uruguaia. As 3 bases chilenas e a russa são todas ao lado umas das outras, a chinesa e a uruguaia são mais afastadas e por isso não sabemos se as conseguiremos visitar.

A diferença destas bases para as espanholas e argentina a que estou acostumada é que estas são bases permanentes e por isso parecem como que mini cidades. Têm uma estação de correios, uma loja de venda de Souvenirs, um hospital e uma igreja católica na base chilena e uma igreja ortodoxa na base russa.

Depois de jantar e de visitar as duas bases e as duas igrejas foi altura de regressarmos ao hotel. São 20h30 e parece tardíssimo, estamos estoirados e amanhã o pequeno-almoço é às 7h30. Para além disso estamos todos a sofrer com o mal das despedidas. Notam-se perfeitamente nas caras de todos os que estamos aqui a saudade que temos dos que deixámos nas bases e do que vivemos. Para além disso estamos sempre a recordar as coisas que vivemos e os que deixámos para trás. Enfim, amanhã voaremos para Punta Arenas e a Antárctida e Deception começam a ficar para trás.

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